ARISTIDES SILVA
JESUS E A HUMANIDADE
pelo Espírito Joanna de Ângelis -
Médium: Divaldo P. Franco - da Obra:
Jesus e Atualidade
Jesus-Homem é a lição de vida que haurimos no Evangelho como convite
ao homem que se deve deificar. Não havendo criado qualquer doutrina ou
sistema, Jesus tornou a Sua vida o modelo para que o homem se pudesse
humanizar, adquirindo a expressão superior.
No Seu tempo, e ainda agora, o homem tem sido símbolo de violência,
prepotência e presunção, dominador exterior, estorcegando-se, porém,
na sua fragilidade, nos seus conflitos e perecibilidade.
Após os Seus exemplos surgiu um diferente homem: humilde, simples,
submisso e forte na sua perenidade espiritual. Enquanto os grandes
pensadores de todos os tempos estabeleceram métodos e sistemas de
doutrinas, Ele sustentou, no amor, os pilotis da ética humanizada para
a felicidade.
Não se utilizou de sofismas, nem de silogismos, jamais aplicando
comportamentos excêntricos ou fórmulas complexas que exigissem altos
níveis de inteligência ou de astúcia. Tudo aquilo a que se referiu é
conhecido, embora as roupagens novas que o revestem.
Utilizou-se de um insignificante grão de mostarda, para lecionar sobre
a fé; recorreu a redes de pesca e a peixes, para deixar imperecíveis
exemplos de trabalho; a semente caindo em diferentes tipos de solos,
para demonstrar a diversidade de sentimentos humanos ante o pólen de
luz da Sua palavra.
O "Sermão da montanha" inverteu o convencional e aceito sem discussão,
exaltando a vítima inocente ao invés do triunfador arbitrário; o
esfaimado de justiça, de amor e de verdade, em desconsideração pelo
farto e ocioso, dilapidador dos dons da vida.
Jesus é a personagem histórica mais identificada com o homem e com a
humanidade. Todo o Seu ministério é feito de humanização, erguendo o
ser do instinto para a razão e daí para a angelitude. Igualmente, é o
Homem que mais se identifica com Deus.
Nunca se Lhe refere como se estivesse distante, ou fosse desconhecido,
ou temível.
Apresenta-O em forma de Amor, amável e conhecido, próximo das
necessidades humanas, compassivo e amigo. Reformula o conceito mosaico
e atualiza-o em termos de conquista possível, aproximando os homens
dEle pela razão simples de Ele estar sempre próximo dos indivíduos que
se recusam a doar-se-Lhe em amor.
Referindo-se ao "reino", não o adorna de quimeras nem o torna
pavoroso; antes, desperta nos corações o anelo de consegui-lo na
realidade da transcendência de que se reveste. Nega o mundo, sem o
maldizer, abençoando-o nas maravilhosas paisagens nas quais atende a
dor, e deixa-se mergulhar em meditações profundas sob o faiscar das
estrelas luminosas do Infinito. Jesus, na humanidade, significa a luz
que a aquece e a clareia. Se te deixaste fossilizar por doutrinas
ortodoxas que pretendem nEle ter o seu fundador, renasce e busca-O, na
multidão ou no silêncio da reflexão, fazendo uma nova leitura das Suas
palavras, despidas das interpretações forjadas.
Se te decepcionaste com aqueles que se dizem seguidores dEle, mas não
Lhe vivem os exemplos, olvida-os, seguindo-O na simplicidade dos
convites que Ele te endereça até agora e estão no conteúdo das Suas
mensagens, ainda avivas quão ignoradas. Se não Lhe sentiste o calor,
rompe o frio da tua indiferença e faze-te um pouco imparcial, sem
reações adrede estabelecidas, facultando-Lhe penetrar-te o coração e a
mente.
Na tua condição humana necessitas dEle, a fim de cresceres, saindo dos
eus limites para o infinito do Seu amor. Jesus veio ao homem para
humanizá-lo, sem dúvida.
Cabe-te, agora, esquecer por momentos das tuas pequenezes e recebê-Lo,
assim cristificando-te, no logro da tua realização plena e total.