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 ARISTIDES SILVA:

AMAR A FAMÍLIA OU COMPRAR UMA FAMÍLIA?

     Redação do Momento Espírita



Desde pequenos um hábito se instala em nós: resolver problemas
      comprando coisas. 
Você já percebeu como essa situação é bastante comum?
     Começa quando as crianças vêem anúncios na TV 
e pressionam os pais
                 para que lhes comprem brinquedos e doces.
      Por sua vez, pais e mães também são levados a acreditar que seus
     filhos serão mais felizes se tiverem mais e mais coisas materiais.
       É o consumismo se instalando. Em vez de enfrentarem essa crise
             educando a criança, em geral os pais a satisfazem.
    É uma atitude que reforça a crença de que se pode ter tudo e que as
                coisas materiais são a razão da felicidade.
    Muitos pais, inclusive, tentam compensar as longas horas ausentes
de
                      casa fazendo compras exageradas.
     Enchem os filhos de objetos e, rapidamente, as crianças aprendem a
         negociar. Tornam-se cada vez mais exigentes e consumistas.
        Na adolescência, as compras continuam: aparelhos eletrônicos
       substituem os brinquedos. São celulares, computadores e jogos
     eletrônicos de imediato substituídos, quando surgem novos modelos.
   As mesadas se tornam maiores e logo os filhos desaparecem de casa,
em
   companhia de amigos. Vivem em noitadas intermináveis, com fácil
acesso
                       ao álcool, fumo e drogadição.
        O passo seguinte é comprar-lhes um carro, um apartamento...
   E cabe então a pergunta: Nessas quase duas décadas em que vivem com
os
               pais, que aprenderam? Que exemplos receberam?
     Será que conhecem verdadeiramente seus pais? Estão preparados para
                           amar ou para comprar?
   E o que dizer dos pais? Será que realmente conhecem seus filhos?
Sabem
   de seus sonhos e aspirações? Já ouviram suas frustrações e
problemas?
    Chega-se então ao mundo adulto. E as situações infelizes continuam
a
                     ser resolvidas à base de compras.
      Roupas e sapatos, carros, vinhos, jóias. A ostentação esconde a
                               infelicidade.
       Falsa é essa felicidade baseada em ter coisas. Ela estimula o
       materialismo e destrói o que temos de mais belo: a convivência
              familiar, a construção de lembranças preciosas.
      Amar a família inclui sustentá-la em suas necessidades, prover o
              estudo dos filhos, garantir alimentação e lazer.
   Mas, muito diferente é substituir a presença do amor pelo presente
por
                     mais ricamente embalado que seja.
     Um filho é uma dádiva Divina. Uma responsabilidade que inclui não
      apenas dar-lhe coisas materiais, mas dar-lhe suporte emocional,
                                psicológico.
      É preciso falar com os filhos, conhecê-los, sondar o que pensam,
                        refletir sobre o que fazem.
    O mesmo vale para o casal: depois de alguns anos de convivência, as
   conversas, antes tão íntimas, costumam ser substituídas por
presentes,
                            como flores e jóias.
      Aos poucos se esvai a cumplicidade, a parceria e até a atração.
   E os pais? Envelhecem sozinhos, cercados de enfermeiras ou de
pessoas
   pagas para tomar conta deles. Velhos pais, isolados, com suas manias
e
                     conversas que ninguém quer ouvir.
          Quão felizes seriam com visitas e conversas mais longas.
   Por tudo isso, reflita hoje: Estou amando ou comprando minha
família?



                                        

 
 
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